Amor de Mãe
| às 16:15
Amor de Pai!!!
| às 15:52
Pensei que fosse fácil fazer-te um poema, papai.
Mas vejo que tua vida é um poema difícil, que a gente não pode escrever.
Vejo os calos das mãos que contam histórias de enxadas, caminhando pelos campos; e histórias de chinelos, falando uma linguagem, que os filhos não entendem.
Vejo os calos dos joelhos, que contam histórias humildes de horas silenciosas, conversadas com Deus.
Vejo as rugas da fronte que falam das rugas da alma como sulcos da terra que as chuvas abriram.
Vejo os pés cansados, rasgados por espinhos, que a gente não vê.
Vejo o calor brilhante do coração que sempre nos ama, quando ainda não sabíamos amar.
Eu me lembro de um pai, que dorme de olhos abertos pensando no filho, que não abre os olhos.
Lembro-me de um pai,
Que varre o lixo das ruas,
Pensando no lixo das casas,
Que não pode varrer.
Lembro-me de um pai,
Que bebe suas mágoas na garrafa,
Pensando matar as mágoas da vida.
Lembro-me de papai:
É difícil fazer um poema para ti,
Que vives o poema mais lindo.
(Afonso Ritter)
vamos curtir um som!!!!!
| às 15:45
Alecrim, Alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Alecrim, Alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim
Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim
a musica que Papai cantava na barriga
Fofura!!!!
| às 15:33
E a vida simplesmente
Acontece...
Rolam os corpos imóveis, sofridos
A dor exala um sorriso aberto
Vai galgando carente
Em suspiros silenciosos
É a conquista de vencer o medo
Em gemidos cansados
As horas trancam o silêncio
De um circulo saudoso e acorrentado
Sentem-se os corpos na penumbra da noite
Disputam-se as pulsações, o latejar da alma...
E o ventre alonga-se firme
No seu fado...
Nascimento anunciado
Um salto para mais um presente inacabado
A vida contrai-se...
É a dor que se induz
Permanecem os corpos à média-luz
Lamentos férteis sem resguardo
É um sopro submerso
Contra a corrente de um rio
É a vida por um fio